Phedra de Córdoba é uma atriz, uma diva e um mito.
Cubana, intensa, louca. Dona de belas pernas, belos olhos, mãos fortes.
Quando cheguei ao Satyros, em 2005, Phedra era uma figura que me assustava um pouco, muito cheia de vida, muito altiva, muito poderosa, muito autêntica. Ela me ensinou que a força e a doçura podem, e devem, andar juntas; no caso da Phedra, uma doçura que se esconde atrás de tudo que já viveu, de tanto que lutou, de tudo que conquistou com sua coragem desesperadora; uma doçura que precisa ser descoberta, merecida.
Nossa diva automática – como ela própria se define – veio de Havana, Cuba, há mais de 50 anos. Antes de chegar ao Brasil, viveu em diversos países, cantando, dançando, se tornando Phedra. Na Praça Roosevelt, ela brilha dia e noite, em cena e fora, sempre atraindo aplausos e olhares atentos. Ela encanta! Phedra é um acontecimento! Nunca a vi sem:
– cílios postiços
– esperança
– gratidão
– alegria
Eu ligo pra Phedra no Natal e no Ano Novo, somos amigas, companheiras de cena e de vida. Já fui visitá-la, tomamos um chá da tarde com bombons e conheci seu gato, o Primo Bianco (primeiro gato branco que teve até hoje, daí o nome). No blog da Phedra, sou citada como “a nossa Nicole Kidman”. Adoro ler seus textos, escritos em “phedrês”, segundo Alberto Guzik. Quando viajamos pra Alemanha, esqueci minhas luvas, ela levou duas e me emprestou uma pra viagem inteira.
Já estivemos com Phedra duas vezes em Cuba, na estreia de “Liz”, em 2008, e no ano passado, quando apresentamos “Cosmogonia” – Ivam Cabral e eu –, e Phedra apresentou seu show “Stranger – Estranho” para uma plateia lotada e incrédula. A diva não deixa nada por menos. Intensa, eufórica, ela canta suas dores e seu amor e sempre, absolutamente sempre, surpreende.
Já viajamos muito juntas, fazendo “A Vida na Praça Roosevelt”, “Inocência”, “Vestido de Noiva”, “Liz”. Temos uma coleção de histórias e de cumplicidades, ela é uma das pessoas em quem mais confio na vida. E a integridade de nossa diva é notável em tudo que ela faz. Inteira! Nada para Phedra é pela metade. Tudo que ela perde, reconquista, ganha, soma, sempre cresce.
Phedra bate forte no peito, garantindo: “o menino que queria ser mulher sou eu, essa mulher sou eu!”. E eu… eu tenho vontade de aplaudir toda vez que a encontro. Sou muito grata aos Satyros e à vida por tê-la por perto. Às vezes é só um olhar, um sorriso, um jeito de entender. Essa pureza é que faz de Phedra uma diva.
Veja os verbetes de Phedra de Córdoba e Cléo De Páris na Teatropédia.
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