SP Escola de Teatro

Patricia Borin, estudante egressa da SP Escola de Teatro, faz produção da Ocupação Brasil 200, evento sobre o bicentenário da independência do Brasil

Patricia Borin | Foto: Camilla Martho

Patricia Borin, estudante egressa do curso de dramaturgia da SP Escola de Teatro, é a responsável pela produção do evento gratuito, artístico e pedagógico Ocupação Brasil 200 – Dois séculos de uma nação fraturada, que começará amanhã, 8 de dezembro, na Comunidade Cultural Quilombaque, no bairro de Perus da capital paulista.

O círculo de debates e seminários faz parte do Projeto eXílio – Sociedade e teatro a contrapelo, do Coletivo Comum, e irá abordar reflexões sobre o Grito do Ipiranga em 7 de setembro em 1822, um mito fundador criado e recriado segundo as conveniências das elites nacionais. Também irá discorrer como o bicentenário desse marco histórico é um momento privilegiado para refletir sobre o passado, o presente e o futuro do Brasil no contexto das transformações mundiais.

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O conjunto das atividades será realizado num centro de cultura e de convivência criado em 2005 no bairro de Perus. A escolha do local reafirma a convicção de que o país precisa ser pensado pelo conjunto daqueles e daquelas que o formaram e que os destinos da nação não podem mais ignorar temas e realidades que até hoje ainda não tiveram o protagonismo necessário.

Além das mesas de debates e seminários com pesquisadores e artistas, o evento, que irá até 12 de dezembro, conta com sarau, slam, atividades artísticas e exposição de livros, momentos em que todas e todos podem participar. Para os interessados, será fornecido certificado de participação.

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Confira a programação completa:

INSTALAÇÃO AUDIOVISUAL VERSO E ANVERSO DA INDEPENDÊNCIA
Instalação audiovisual contrapondo duas representações sobre a formação social brasileira através de imagens fílmicas. Independência ou morte, de Carlos Coimbra e Os inconfidentes, Joaquim Pedro de Andrade, foram lançados em 1972, quando o país, no auge da ditadura civil-militar, comemorava os 150 anos de sua Independência.

CICLO DE DEBATES
Os títulos dos debates referem-se, crítica e ironicamente, a três versos do Hino da Independência.

NÃO TEMAIS ÍMPIAS FALANGES
Esquadrões da morte, milícias e crime organizado
08 de dezembro (quinta-feira), 16h
Debatedores/as: Brunos Paes Manso (Jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, autor de A república das milícias); Benedito Mariano (Especialista em segurança pública, ex-ouvidor da PM de São Paulo); Rosemary Segurado (Professora de ciências sociais da PUC-SP, autora de Desinformação e democracia: a guerra contra as fake news na internet).
Mediação: Fernanda Azevedo.

BRAVA GENTE BRASILEIRA!
Identidade nacional, movimentos sociais e lutas de resistência
09 de dezembro (sexta-feira), 16h
Debatedores/as: Julieta Paredes (Artista e ativista feminista-comunitária aymará); Gerson de Souza Oliveira (Membro da direção estadual do MST/SP); Márcio Verá Mirim (Cacique Guarani Nhandeva, aldeia Yvy Porã, Jaraguá); Thaís Santos (Cofundadora da Comunidade Cultural Quilombaque e integrante da Coalizão negra por direitos); Ave Terrena (Dramaturga, professora e poeta transvestigênera).
Mediação: Osvaldo Pinheiro

OS GRILHÕES QUE NOS FORJAVA Escravidão, neocolonialismo e dependência
10 de dezembro (sábado), 16h
Debatedores/as: Elaine Mineiro (Integrante do Quilombo periférico, vereadora do Psol em São Paulo); Renata Gonçalves (Professora da Unifesp, coordenadora do Projeto Intelectuais Negras Brasileiras) Luiz Marques (Professor de História da Unicamp, autor de Capitalismo e colapso ambiental).
Mediação: Mariana Lucas Setúbal

SEMINÁRIOS

INDEPENDÊNCIAS E FRATURAS
11 de dezembro (domingo), 16h
Com Helena Silvestre (Escritora, autora de Notas sobre a fome, feminista e militante por moradia e território), Fabio Luis Barbosa dos Santos (Professor de relações internacionais da Unifesp, coautor de O médico e o monstro), José Correa Leite (historiador, cientista social e militante ecossocialista, professor da FAAP).

A REPRESENTAÇÃO DO PAÍS NAS ARTES E NA CULTURA
12 de dezembro (segunda-feira), 16h
Com Marcelo Ridenti (professor de sociologia da UNICAMP, autor de Em busca do povo brasileiro), Salloma Salomão (artista e pesquisador de culturas negras, autor de Negras insurgências).

TRILHA MEMÓRIA QUEIXADA
11 de dezembro (domingo), 10h
Caminhada com duas horas de duração (saindo e retornando ao Quilombaque) que resgata a memória de resistência e luta dos Queixadas, trabalhadores da primeira fábrica de cimento do Brasil, localizada em Perus, responsáveis por uma greve de sete anos contra a exploração e as más condições de trabalho.

INTERVENÇÕES CÊNICO-LITERÁRIAS
As intervenções, propostas pelo Coletivo Comum e convidadas/os, serão realizadas em diferentes momentos da Ocupação.

Romance nacional
Leituras cênicas sobre a identidade brasileira a partir de trechos literários e ensaísticos.

Estética e cosmética da fome
Leituras cênicas sobre a formação social e cultural do Brasil a partir de reflexões sobre obras artísticas.

AMBIENTAÇÃO E INTERVENÇÕES GRÁFICAS
Impressão de cartazes em grande formato com reflexões sobre a formação social brasileira. Os cartazes serão instalados nos diferentes espaços do Quilombaque e uma tiragem será distribuída aos participantes da Ocupação. Intervenções urbanas propostas pelo grafiteiro e cenógrafo Julio Dojcsar e pelo poeta e artista visual Cauê Maia/Coletivo Transverso.

FEIRA DE LIVROS
Exposição, troca, lançamento e venda de livros sobre a história do Brasil, arte e cultura, resistências populares e alternativas sociais.

Editoras parceiras participarão do evento com publicações relacionadas aos temas da Ocupação.

SARAU DA QUILO
09 de dezembro (sexta-feira), 19h
Sarau proposto pela Comunidade Cultural Quilombaque, com a participação do Coral Firmeza Permanente (voz e percussão) formado por professores e estudantes do CIEJA Perus, incluindo pesquisa sobre a cultura musical haitiana.

Lançamento do livro Dramaturgia 1 e performance do Grupo Teatral Pandora, sediado em Perus.

Homenagem ao MOVIMENTO DE FAMILIARES DAS VÍTIMAS DO MASSACRE EM PARAISÓPOLIS, criado após a morte de nove jovens em decorrência da ação policial na zona sul de São Paulo, em dezembro de 2019.

CONSUMO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS
Comercialização de alimentos saudáveis produzidos por pequeno/as produtore/as rurais, cooperativas e moradore/as de Perus.

SHOW, SLAM E JONGO
10 de dezembro (sábado), 19h
Evento com artistas convidados/as pela Comunidade Cultural Quilombaque e Coletivo comum. Participação do SLAM DA GUILHERMINA. Simultaneamente serão realizadas projeções a partir de pesquisa iconográfica sobre a história brasileira, incluindo representações canônicas e imagens do Brasil contemporâneo.

Nesta ocasião também será celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, em sintonia com a Semana de Direitos Humanos, evento tradicionalmente organizado pelo Quilombaque.

FICHA TÉCNICA
Concepção e execução: Coletivo comum (Beatriz Calló, Camila Lisboa, Fernanda Azevedo e Fernando Kinas)
Curadoria dos debates e seminários: Coletivo Comum, Fabio Luis Barbosa dos Santos, José Correa Leite e Mariana Setúbal
Ambientação e intervenções gráficas: Cauê Maia/ Coletivo Transverso e Julio Dojcsar Iluminação: Clébio Ferreira (Dedê)
Criação visual: Camila Lisboa
Convidados/as das intervenções cênico-literárias: Renan Rovida e Renata Soul
Produção: Patricia Borin
Assessoria de imprensa: Márcia Marques (Canal Aberto)

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