Acontece de 20 a 22 de agosto na unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro a Mostra Vocabulários: Gênero e Sexualidade.
O evento, que faz parte do projeto SP Transvisão 2024 da Instituição, contará com três dias de mesas de discussão, sempre às 20h e de modo gratuito. As mesas também serão transmitidas ao vivo no canal do YouTube da SPET.
As três mesas, que contam com artistes e profissionais representando uma pluralidade de pensamentos e pesquisas para falar sobre vivências, trabalhos e novas ideias, buscam abordar questões de gênero e sexualidade sob a ótica urgente do século 21.
Ainda em 2024, haverá a publicação de um livro, pelo Selo Lucias, trazendo um léxico sobre importantes terminologias, conceitos e expressões contemporâneas; e verbetes sobre temas que precisam ser debatidos, problematizados e até excluídos do vocabulário cotidiano. Os temas passam por questões como gênero, sexualidade, decolonialidade e meio-ambiente.
O evento é realizado em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Confira a programação completa e o perfil dos participantes:
Transcestralidade e Ciscolonialidade – Há como recorrer a antepassades para elaborar futuros possíveis?
Amanda Paschoal – É travesti, ativista de direitos humanos, e atuou como assessora da Dep. Erika Hilton desde o 1º mandato. É cofundadora do TRANSarau, coletivo de arte transvestigênere e coordenadora do Cursinho Popular Demétrio Campos, da Rede Emancipa. É formada em Gestão Turismo e técnica em Meio Ambiente e guia de turismo, tendo acessado o ensino superior após ter sido da primeira turma do Cursinho Transformação, voltado exclusivamente para pessoas trans. Hoje Amanda é candidata oficial de Erika Hilton à vereadora em São Paulo.
Furcifer Scher – Pessoa preta e transfeminina, é formada em Dança – Licenciatura, pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (2020). Atua como artista circense e performer, onde pesquisa dramaturgia do movimento em dança. Na licenciatura, ministra cursos voltados pra área da dança com objetos de malabares e dramaturgia da dança.
Kyem Ferreiro – 33 anos, cerratense, ativista, pesquisador, palestrante, analista de dados em diversidade, homem negro e transgênero. Doutorando em energia renovável pela UFABC e co-fundador do Trans no Corre, uma comunidade de corrida de rua liderada por pessoas trans e Coordenador Geral do IBRAT SP, e co- idealizador da 1ªMarcha Transmasculina de São Paulo, um ato histórico marcado como o primeiro do mundo, que já em sua primeira edição levou 10 mil pessoas para as ruas.
Renata Carvalho – Atriz, diretora, dramaturga e transpóloga. Graduanda em Ciências Sociais. Fundadora do MONART (Movimento Nacional de Artistas Trans), do “Manifesto Representatividade Trans” e do COLETIVO T.
Corpos dissidentes, o transbordamento da sexualidade na escrita – Escrevivências e transbordamentos na produção cultural escrita, até o que eu posso escrever?
Ezio Rosa – Fundador e o responsável criativo pelas redes sociais do projeto BixaNagô, que propõe uma discussão racializada sobre HIV e AIDS através da cultura urbana. Também no universo da arte e cultura, atuou como Social Media do grupo musical indicado ao Grammy Latino, “As Bahias e a Cozinha Mineira”.
Helena Vieira – Helena foi consultora da novela” A Força do Querer” da Rede Globo.Foi colunista da Revista Fórum e contribuiu com diversos meios dê comunicação como o Huffpost Brasil, Revista Galileu (matéria de capa sobre transexualidade), Cadernos Globo (Corpo: Artigo Indefinido), Revista Cult e Blog Agora É que São Elas da Folha de São Paulo. É co-autora dos livros “História do Movimento LGBT” organizado por Renan Quinalha e James Green, “Explosão Feminista” organizado por Heloísa Buarque de Holanda, “Tem Saída? Ensaios Críticos sobre o Brasil”, organizado por Rosana Pinheiro Machado e “Ninguém Solta a Mão de Ninguém: Um manifesto de resistência”, da editora Clarabóia. Dramaturga, fez parte do projeto premiado pela Focus Foundation na categoria Artes Cênicas “Brazil Diversity”, em Londres, com a peça “Ofélia, the fat transexual”.
ORU – É artista plástico, performer, bailarino e encenador. Realiza experimentações no campo do audiovisual como diretor, roteirista e performer. Graduado em artes visuais como bolsista pela Faculdade Paulista de Artes e em Dança pelo Grupo Experimental de Dança de Porto Alegre. Formado em Direção pela SP Escola de Teatro. Diretor geral da Núclea de Pesquiza TranZborde. Artista trans não binário e na encruzilhada da retomada ancestral Indigena do povo Karyry e Cigana. Seus trabalhos deslizam em diversas mídias de criação. Sempre tensionando questões de legitimação, apagamento e território por uma perspectiva contra – colonial.
Ronaldo Serruya – É ator e dramaturgo de um dos mais importantes grupos de teatro do país, o Grupo XIX de teatro ( SP), premiado no Brasil e no exterior. Além disso, desde 2009 fundou o Teatro Kunyn, um coletivo voltado exclusivamente para trabalhar questões de gêneros no teatro, com quem montou “Orgia” ( indicado ao APCA de melhor espetáculo) e “Desmesura”, que ganhou o prêmio Suzy Capó no 25o Festival MIX Brasil da Diversidade. Desde 2017 pesquisa e estuda as relações entre arte e HIV/ AIDS através do projeto “Como eliminar monstros: abordagens contemporâneas sobre HIV” que aconteceu no Itaú Cultural (2019)no Instituto Goethe(2020) e Sesc(2021). Em 2021 ganhou o edital de Dramaturgia do CCSP com seu texto “A doença do outro” que foi indicado ao prêmio Shell 2023 de melhor dramaturgia. Participa ativamente de mesas e debates sobre questões queer e é uma das referências na militância do HIV/ AIDS dentro das artes.
Militâncias: Tensões, Diálogos e Rupturas – A sobre(vivência) de quem lida por um reconhecimento social, acadêmico e artístico.
Dante Preto – Em sua estreia como ator deu vida à Bernardo na série “Manhãs de Setembro” (2021), atuou na série “Americana”, protagonizou o premiado curta-metragem “ Eles Não Vem Em Paz” (2021) e compõe o elenco principal de “Cidade By Motoboy”. No teatro, Dante está em processo de preparo para seu primeiro trabalho na peça “Camilo” de Daniel Veiga. É cofundador do grupo de corrida de rua “Trans No Corre” . Participou de diversas campanhas publicitárias e ensaios para revistas de moda.
Lui Castanho – É transmasculino e atua como artista da cena, roteirista e produtor cultural, graduado pela Faculdade Belas Artes (São Paulo). Integra a Cia Fundo Mundo, grupo de circo formado integralmente por pessoas trans, travestis e não-binárias, com o qual assina as peças “Sui Generis” e a recente “Espetáculo Cancelado”. Autor da HQ “Cisforia: O Pior dos Dois Mundos”. Suas criações artísticas trazem temáticas ligadas a transgeneridade, afetividades não-monogâmicas e sexualidades dissidentes. Também atua como formador, através de cursos e oficinas nas áreas de circo, e contribuiu como artista formador convidado do curso de atuação da SP Escola de Teatro.
Kairós de Castro – Poeta, multiartista e produtor cultural nascido e criado na zona leste de São Paulo, dedica-se a promover educação, informação e diversão através de diversas expressões artísticas como poesia, dança, música, contação de histórias e arte visual. Atualmente, integra a equipe da biblioteca do CEU São Miguel – Luiz Melodia como auxiliar, além de participar ativamente dos coletivos TRANSarau e IBRAT-SP. É formado em técnico de biblioteconomia e arquivo pela ETEC Parque Juventude.
Vulcanica Pokaropa – É Travesti, nascida em Presidente Bernardes, interior de São Paulo, formada em Fotografia, é mestra em Teatro pela UDESC, e doutoranda em Artes Cênicas pela UNESP. Sua pesquisa aborda a presença de pessoas Trans e Travestis nas artes. Integra a cia Fundo Mundo de Circo, formada por pessoas trans. Performer, poeta, artista visual e produtora cultural.
+ Conheça o podcast SP Transvisão
Pioneirismo na diversidade
Desde a sua fundação, a SPET tem desenvolvido importantes projetos artísticos e pedagógicos relativos ao teatro, audiovisual e às artes correlatas. Além disso, ao longo de toda a sua trajetória buscou desenvolver políticas inclusivas e de acessibilidade para os setores mais vulneráveis da sociedade. Ela é uma das pioneiras na empregabilidade trans, e ao menos 10% do quadro de colaboradores da SP é formado por pessoas que não se identificam com a cisgeneridade.
Em 2020, 2022 e 2023, a SP Escola de Teatro recebeu o Selo de Direitos Humanos e Diversidade, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo – SMDHC-SP, que reconhece boas práticas de diversidade e inclusão em organizações públicas, privadas e do terceiro setor.
Em 2019, a Instituição recebeu o Selo Paulista de Diversidade, instituído pelo Governo do Estado de São Paulo, que destaca boas práticas organizacionais relacionadas à inclusão na política de gestão de pessoas das organizações, a preocupação e inclusão das temáticas das pessoas com deficiência, e às questões étnicas, raciais, de gênero, idade, orientação sexual e identidade de gênero, assim como para difundir a cultura de respeito, valorização e promoção da igualdade nos ambientes de trabalho.