
No último domingo (12), o Festival do Rio encerrou sua 27ª edição com o anúncio dos vencedores do Troféu Redentor, que abrange as obras da Competição Principal e da Mostra Novos Rumos, da Première Brasil.
Reunindo o maior número de produções audiovisuais da sua história, este ano a Première Brasil contou com 125 títulos, entre longas, curtas, obras restauradas e pilotos de série. Além disso, novos prêmios foram incluídos na edição: o de Melhor Figurino, na competição oficial e Melhor Filme, na Mostra Novos Rumos.
O Cine Odeon, no centro do Rio de Janeiro, foi palco para a cerimônia que, pela Mostra Novos Rumos, premiou Mawusi Tulani, artista docente convidada do curso de Atuação na SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, e Ana Flavia Cavalcanti na categoria de Melhor Atriz pelo longa “Criadas”, de Carol Rodrigues.

“Pra quem vem de lá de onde eu venho, ter sonhos às vezes parece piada, loucura… algo inalcançável. Mas o que posso dizer é que, por trás de tudo isso, existe muito trabalho — intenso, obstinado, cheio de entrega. (…) É importante nutrir os nossos sonhos. Sonhar nos move. Sonhar é também um ato de coragem.”, disse Mawusi.
Inspirado em situações familiares da diretora Carol Rodrigues, “Criadas” conta a história do reencontro entre Sandra e Mariana, duas meninas negras que voltam a morar juntas depois de adultas. Agora, como engenheira civil, Sandra volta a morar em São Paulo, na casa da prima, Mariana — local onde cresceu, e em que sua mãe trabalhou como empregada doméstica durante anos.
No meio do reencontro entre as primas, descobertas desconfortáveis vêm à tona, resgatando e reabrindo feridas. Com a presença do sobrenatural na trama, o longa se colore com toques generosos de realismo mágico, incluídos a partir do processo de diretora e de sua percepção da limitação do realismo para contar a história da forma que ela queria.
“É extremamente importante a história do ‘Criadas’, que começa com a história da Carol, memória da Carol, família da Carol, mas que é uma história relevante e que não é só a história da autora. É a nossa história, também.” — disse Mawusi, na noite da estreia do filme.
