Em “Lolita”, romance do russo Vladimir Nabokov, o personagem Humbert Humbert fala sobre sua obsessão por Dolores Haze, enteada de 12 anos à qual estupra, desenvolvendo uma relação abusiva de dois anos. A história é conhecida — já teve versões para o cinema —, mas é sempre vista com um viés romantizado, com destaque para o fetiche.
A obra ganha, agora, adaptação para teatro, com direção de Heloísa Cardoso. A diferença é o caráter da montagem, que passa a ser feminista: o foco é o abuso e a violência em “Lolita”, sem a nebulosidade causada pelo desejo de Humbert.
Heloísa começou a pesquisar a adaptação durante seu mestrado em Direção Teatral, cumprido na East 15 Acting School, da Universidade de Essex, no Reino Unido. No projeto, os aspectos visuais da peça entram em contradição constante com a narrativa, mostrando um choque entre a realidade e a história contada pelo homem, que tenta manter o poder de fala.
A diretora também assina a dramaturgia. O elenco é formado por Criz Lozano, Gabriela Barretto e Laerte Mello.
Serviço
Lolita
SP Escola de Teatro – sede Roosevelt – Sala R8
Praça Roosevelt, 210, metrô República, 3775-8600
De 23 a 25 de agosto – 3ª a 5ª, 20h30
R$ 20/ R$ 10