SP Escola de Teatro

Lançamento do livro A Digna-10 anos, pelo selo Lucias, celebra uma década do coletivo teatral nesta sexta (4), na sede Roosevelt

Na próxima sexta-feira, 4, às 19h, a sede Roosevelt da SP Escola de Teatro será palco do lançamento do livro A Digna 10 anos, do coletivo teatral A Digna, que é formado por Ana Vitória Bella, Helena Cardoso e Victor Nóvoa. A obra foi realizada em parceira com o selo Lucias, iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), organização que rege os projetos da SP Escola de Teatro. O selo foi criado em 2020, em homenagem à Lucia Camargo, coordenadora de extensão cultural e projetos especiais da instituição, que faleceu em 2020.

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A DIGNA 10 Anos teve sua publicação viabilizada também pela 34ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, e o livro reúne cada processo de criação por trás da produção dos espetáculos do grupo. Assim como os temas mais importantes, o contexto em que foram realizadas, as parcerias, os desafios; em suma a obra traz relatos importantes sobre a produção artístico-pedagógica em geral do coletivo a Digna durante a última década. Quem deu vida às páginas por meio da escrita foi Maria Fernanda Vomero, jornalista, pesquisadora em Artes Cênicas (doutoranda em Pedagogia do Teatro pela USP), performer e provocadora cênica de vários coletivos teatrais em São Paulo.

“Antes de que eu começasse a escrever, tive algumas conversas on-line com o trio d’A Digna (já estávamos em confinamento por conta da pandemia, então já não podíamos mais nos encontrar presencialmente). Não queríamos fazer um livro tradicional, linear, ordenado, pois sentíamos que esse formato mais “conservador”, digamos, não refletiria as inquietações artísticas d’A Digna nem as minhas, como escritora/pesquisadora/performer. Editorialmente, resolvi agrupar peças ou atividades afins por caderno. Um caderno para o início d’A Digna, o encontro dos três artistas e as primeiras criações; outro caderno para as peças voltadas ao público infantil; outro capítulo ainda para os Convescotes e assim por diante. Busquei trazer algumas reflexões teóricas, de forma sucinta e acessível, sempre que possível. Afinal, era importante abrir espaço para reflexões críticas. Outra ousadia – prontamente acolhida pelo trio d’A Digna – foi buscar um estilo de texto diferente para cada caderno. Assim, a escrita não ficaria monocórdia, num tom só. Há, então, cadernos mais jornalísticos, outros mais ensaísticos, outros ainda mais literários. Entrevistei muita gente para compor a narrativa; procurei dar voz não só aos três artistas d’A Digna, mas também a vários parceiros e parceiras do coletivo.” , comenta a jornalista.

Sobre a forma original pelo qual o livro foi organizado, Helena Cardoso explica: ” Foi uma decisão tomada coletivamente com a Mafe. Foi uma composição coletiva muito detalhista e criteriosa e a gente é muito grato a ela por isso, porque foi um trabalho de escuta ativa dos dois lados, tanto dela entender a nossa maneira de escrever, de de se expressar e de falar sobre a nossa própria história, quanto ouvir cada um de nós individualmente e como coletivo.”

Ana Vitoria Bella, Helena Cardoso e Victor Nóvoa. Foto: Instagram

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Para os outros dois integrantes do trio, esse registro em palavras é fundamental para celebrar a década de vida ativa do grupo tetral.

“A vontade de escrever um livro nessa data em que completávamos 10 anos era um desejo de reflexão’; o livro foi uma oportunidade de refletir sobre os nossos trajetos individuais e sobre o nosso trajeto coletivo, e eu acho que ele foi muito feliz nisso.” Pontua Ana Vitória Bella. “A ideia de escrever esse livro é que nós queríamos, a partir de um olhar sobre a nossa trajetória, pensar os novos passos. Não é um livro memorialista, é um livro reflexivo sobre os momentos históricos que a gente viveu nesses dez anos, e aí digo não só sobre a gente, mas sobre o momento em que a gente está e que fomos vivendo esses 10 anos de percurso. Olhar, criar e editar esse livro é pra gente justamente essa ligação das pegadas passadas com os próximos passos.” Completa Victor Nóvoa.

O coletivo agradece e reconhece a importância da parceria com a ADAAP, associação gestora da SP Escola de Teatro e que promove o Selo Lucias:

“Acho que é super importante e feliz essa nossa parceria com a SP e com o Selo Lucias!. Principalmente porque ela garante um alcance desse registro para que ele não seja um registro em si mesmado,  eu acho que ele já não tem esse caráter, na maneira que foi escrito e no conteúdo que foi desenvolvido, mas ainda assim é muito importante pois a parceria nos garante que ele vai alcançar mais gente e servir como disparador de um debate, disparador de outras reflexões não só sobre o nosso trabalho, mas sobre o trabalho do teatro em São Paulo como um todo, assim como das relações com a cidade, que são feitas por tantos outros grupos assim como nós”, reflete Ana Vitoria Bella.

Para Victor,  a relação com o Selo Lucias e com a SP está muito ligada também a um alinhamento teórico que a instituição possui com o coletivo, ambos propõe a realização de um fazer teatral que passa pelo processo de composição coletiva.

“Nós sabemos  o quanto a SP e o Selo Lucias também têm esse lado de pensar sobre a tentativa da criação de um comum a partir de uma composição coletiva, então pra nós foi essencial nesse sentido estar com o selo lucias, por uma relação afetiva e por uma relação politica, no sentido de acreditar que são as composições coletivas que fortalecem o fazer teatral e o fazer artístico no brasil.”

“A importância do Selo Lucias é a importância que a SP tem na nossa história, a escola faz parte da nossa trajetória e isso está no conteúdo do livro. Temos um caderno no qual falamos sobre as nossas ações pedagógicas na SP Escola de Teatro, nós demos oficinas em anos diferentes, sempre tivemos um retorno muito gostoso de público, inclusive temos públicos de oficinas que continuam conosco e que sempre relembram a oficina com a gente. Além disso nós temos muito carinho com a figura da Lucia Camargo, que foi uma pessoa importante na nossa história, por isso essa parceria é muito feliz para nós!” Completa Helena .


Lançamento do livro A Digna-10 anos-pelo Selo Lucias

Quando: sexta-feira, 4 de fevereiro, às 19h

Hall da SP Escola de Teatro- Unidade Roosevelt

Obrigatória a apresentação do passaporte vacinal completo contra a Covid-19

Sinopse

Dez anos de trajetória artística, encontros e emaranhados poéticos pela cidade de São Paulo: em A DIGNA 10 Anos, livro cuja publicação foi viabilizada pela 34ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, o percurso do coletivo teatral formado por Ana Vitória Bella, Helena Cardoso e Victor Nóvoa é apresentado de modo afetuoso, lúdico e performativo. São oito cadernos que contam os processos artísticos, os espetáculos e as vivências d’A Digna numa narrativa mais rizomática que linear. Cada traço desse  livro é uma composição coletiva, como as demais criações do trio. As linhas vazam a dedicação, a escuta e o rigor da editora Maria Fernanda Vomero. O projeto gráfico e a manufatura cuidadosa são de Ana Carolina Mazzei e Hélio Albano, da Vertente Design. As ilustrações são criação sensível da Adriane Bertini, que nos presenteou com ternura e vida em pinceladas. É da Lívia Lisbôa o olhar atento da revisão, e tudo foi materializado com o suporte constante da produção de Catarina Milani e Lucas França, colaboradores incansáveis do projeto do qual a elaboração deste livro fez parte. Cada passo ao longo desses dez anos foi dado em conjunto, numa rede de afetos que perpassaram a poética
d’A Digna. O livro faz, portanto, um convite à errância: erre conosco. * A obra A DIGNA 10 Anos conta com a parceria do selo Lucias, iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça, organização que rege os projetos da SP Escola de Teatro.

Por Leticia Polizelli e Luiza Camargo

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