Em meio ao distanciamento social por conta da pandemia da covid-19, a inquietação sobre produtividade na quarentena levou o ator André Lu, de São Paulo, a desenvolver um projeto com sete músicas de um minuto em sete dias. Todas as músicas ainda contam com um clipe e todo material é divulgado em seu perfil no Instagram.
Estudante de Atuação na SP Escola de Teatro, durante as aulas online André percebeu que vários estudantes estavam com a mesma inquietação sobre como produzir durante a quarentena.
ETAPAS
O projeto é dividido em etapas. A primeira começou em 2 de maio, com as composições. Depois de uma semana, veio a segunda etapa, com a criação dos arranjos através do celular, enquanto fazia pesquisas sobre quais instrumentos usaria nas melodias e lançava uma carta-convite em suas redes sociais para todos amigos artistas enviassem vídeos do que estavam fazendo durante a quarentena.
As edições das fotos, videoclipes e masterização das músicas ficaram para a terceira etapa. Por fim, os vídeos foram compartilhados. As músicas são: “Domingo Suspenso”; “Segunda Penetra”; “Denúncia de Terça”; “Quarta Hiperativa”; “Lembranças de Quinta”; “Sexta de Fúria” e “Sábado in Quarentena”.
Em breve, todas as músicas ficarão disponíveis nas plataformas Spotify e Deezer.
COLABORATIVO
Para André Lu, o projeto possibilitou experimentar gêneros musicais que nunca tinha trabalhado antes, como rap e rock, expandindo seus campos de criação. Os trabalhos contam também com a participação direta de Ana Evaristo, Glaucia Lombardi e Eri Ito, todos estudantes da SP Escola de Teatro, que ajudaram com ideias ou na produção.
Além deles, o artista também destaca a importância de Kenia Dias e Mawusi Tulani, coordenadora interina e artistas docente, respectivamente, de Atuação da SP Escola de Teatro, que foram as provocadoras durante esse processo, e de Raphael Garcia e Lucélia Sérgio, artistas formadores da Escola, que participando indiretamente com áudios refletindo sobre produtividade na quarentena.
REPRESENTATIVIDADES
André conta que esse projeto é muito importante para ele, uma vez que, como artista negro e da periferia, sempre tentou traduzir suas angústias através da arte. E acredita que o trabalho traduz muito isso. “Eu peço que as pessoas apoiem artistas pretos, que as pessoas apoiem artistas periféricos. Porque a nossa arte é muito importante, ela precisa de visibilidade, mas ela não tem alcance, ela não tem engajamento”, diz. “E existem pessoas que tê m esse alcance, que tem esse engajamento e podem ajudar a gente. Eu peço apoio aos artistas pretos e periféricos, para que nossa voz consiga ser ouvida.”
CULTURA EM CASA
Assim como outros equipamentos, a SP Escola de Teatro criou uma programação especial na internet para oferecer ao seus seguidores. Assim, está disponível uma série de conteúdos multimídia, como vídeos de espetáculos e de palestras e bate-papos de nomes como as atrizes Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Denise Fraga, a monja Coen, a escritora Adélia Prado e o pastor Henrique Vieira, além de cursos gratuitos a distância.
O acervo ainda inclui filmes produzidos pela Escola Livre de Audiovisual (ELA) – iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), gestora da SP Escola de Teatro – em parceria com instituições internacionais, com a Universidade das Artes de Estocolmo (Suécia).
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