A crise imigratória que se estende pela Europa e pelos EUA é uma das inspirações de “Contrarrevolução”, novo espetáculo da Cia. Teatro Kaus. Em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade até 22 de setembro, a peça questiona se, frente a casos cada vez mais comuns de preconceito por todo o mundo, o slogan “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” (tema da Revolução Francesa) continua tão forte quanto pensamos. O espetáculo tem sessões quintas e sextas, às 20h, e sábados, às 18h.
Na montagem, os artistas Alessandro Hernandez, Amália Pereira e Vera Monteiro interpretam seres que discutem o vazio contemporâneo enquanto aprisionados em uma espécie de aquário. Como a individualidade e a violência afetam a sociedade?
Os questionamentos surgem em cena através de personagens como uma Europa personificada, que olha para a cultura branca que seus países carregaram para todo o mundo, e uma mulher que relata as práticas pedófilas de seu marido.
Para construir o espetáculo, o grupo se apoia nos textos inéditos da “Trilogia da Revolução”, com peças escritas pelo dramaturgo espanhol Esteve Soler. A desumanização da sociedade, bem como a solidão tecnológica e as consequências do “efeito rebanho” no mundo globalizado são temas das cenas, que transitam entre o pós dramático e o performático.
Telumi Hellen, formadora de Cenografia e Figurino da SP Escola de Teatro, assina o figuro da montagem e, ao lado de Reginaldo Nascimento, o cenário, uma estrutura que busca representar uma prisão transparente. Nascimento também assina a direção e a trilha de “Contrarrevolução”.