Ivam Cabral | Foto: Comunicação Adaap
O terceiro dia do Festival Satyrianas marcou a vivacidade do teatro e das outras artes ao ocupar espaços públicos, como a Praça Roosevelt, e trouxe uma movimentação festiva na Unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro em plena segunda-feira.
Para iniciar o dia, desde o início do Festival, a primeira atração foi Os Condenados, o mais novo espetáculo da Cia. Os Satyros. Amanhã às 11h será a última apresentação do grupo na sede Roosevelt da Escola.
Saguão SP Escola de Teatro | Foto: Comunicação Adaap
Ainda pela manhã, a Cia. Os Satyros propôs uma outra produção, denominada teatro híbrido, com o título Uma Peça Para Salvar o Mundo. A partir de um roteiro de cenas e ações proposto por uma máquina, o público foi convidado a participar da experiência, uma forma inovadora de se fazer teatro a partir de um sistema híbrido de criação e apresentação.
O único personagem em cena é A Máquina que se comunica diretamente com quem está na plateia, criando situações dramáticas. A montagem só funciona com a participação ativa do público, desenrolando o roteiro da peça a partir de instigações audiovisuais que coloca a seguinte questão em foco:
Em um mundo onde cada um fala por si, e ninguém se escuta, o que pode-se fazer? A arte salva o mundo, mas esta façanha há muito não é mais do artista e, sim, dos públicos (são vários), não apenas o seu. Se antes o artista era o elo mágico entre o céu – passando pela terra – e o inferno, em tempos de globalização quem decide de verdade é quem consome ou ouviu falar da arte.
Uma Peça Para Salvar o Mundo | Foto: Comunicação Adaap
O texto é de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, a direção deste último também, Cadu Cardoso, estudante egresso de Direção da SP Escola de Teatro, é o assistente de direção e Thiago Mendonça interpreta A Máquina.
No período vespertino, Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, narrou sua trajetória artística intercalada com aspectos de sua vida pessoal, em especial sua batalha diária contra uma grave depressão, na experiência de autoficção Todos os Sonhos do Mundo. A produção traz para o desenrolar do texto poemas brasileiros que dialogam com cada fase exposta pelo ator.
O Festival também contou com a presença da Unidade Móvel de Cidadania LGBTI que oferece, de forma itinerante, informações sobre direitos LGBTI, leis que protegem a população, onde acessar os serviços de saúde e assistência social, além de realizar mutirões de retificação de nome e gênero, fazer o direcionamento dessa população para os Centros de Cidadania LGBTI da cidade de São Paulo e informar sobre as ações da Prefeitura como o Casamento Coletivo Igualitário.
Transmutação : da pedra à carne – PerforMix – Praça Roosevelt (Área 1). | Foto: Comunicação Adaap
Ao final da tarde, a Praça Roosevelt foi o palco da performance Transmutação: da pedra à carne, criada a partir do encontro das personagens-entidades Camille Claudel, performada por Rosana Ribeiro, e Neomedusa, entidade encarnada por Aline Fatima, numa deriva urbana de ressignificação trágica. Juntas, por meio de seus corpos, ressignificam suas tragédias e potencializam uma transmutação.
O espetáculo Mão da Guarda, com as atrizes Andréia Maressa e Alice Rocha, emocionou o público ao colocar em cena a frase “Você devia abrir mão da guarda da sua filha” que ressoa como uma tormenta na cabeça de uma mulher sobrecarregada ao se ver sozinha na responsabilidade pela criação de sua filha. Enquanto tenta escrever uma peça, ela mergulha na sua própria infância e navega pelos medos e desejos que a habitam.
Mão da Guarda | Foto: Comunicação Adaap
O texto é de Alice Rocha, direção Mawusi Tulani, dramaturgismo e arte de Bruno Cordeiro, cenografia e adereços de Andreia Maressa, Alice Rocha e Bruno Cordeiro, figurino de Geiziane Campelo, iluminação de Camila Ismerim e técnicas de palco de Lua Nucci.
Com a temática “Você Tem Fome de Quê?”, o evento recebe mais de 1000 artistas envolvidos em 400 projetos culturais, entre circo, literatura, teatro, música, contação de histórias, dança e cinema, até a próxima terça-feira, 15, na Praça Roosevelt e em outras áreas adjacentes. A entrada é sempre gratuita ou ingresso consciente (“pague quanto puder”). Confira a programação completa AQUI.
Confira a galeria de fotos dos espetáculos:
