Na próxima sexta-feira, 6, às 19h30, acontece o primeiro bate-papo do Ciclo de Diálogos promovido pela Cia. Palhaçaria de São José do Rio Preto. A iniciativa faz parte do estudo e pesquisa cênica da peça E o Palhaço o Que É?, que tem estreia prevista para o fim de outubro. O tema que conduz as discussões é “O protagonismo feminino e negro no humor e palhaçaria”, e no primeiro encontro serão convidadas as artistas Lilyan Teles e Ana Luiza Bellacosta para falar da relação da maternidade com palco. O público pode acompanhar a conversa ao vivo pela transmissão no canal do Youtube do coletivo (link).
E o Palhaço o Que É? trará uma história baseada na biografia da primeira mulher negra e palhaça do Brasil, Maria Eliza Alves dos Reis, uma das pioneiras no ramo do humor que abriu espaços importantes de protagonismo nos ‘picadeiros’. Maria performava como o palhaço Xamego e se tornou um símbolo na história da palhaçaria brasileira negra e feminina. Em função disso, foram convidados para conversar com o público artistas e pesquisadores negros referências no ramo humorístico.
As participantes da ação no dia 6, sexta-feira, atuam ativamente na área, Ana Luiza Bellacosta estuda a revisão de conceitos de gênero e raça na construção do humor e na palhaçaria, já Lilyan Teles é palhaça, cantora, artista educadora e escritora. O projeto acontecerá sempre às terças e quartas até o dia 15 de maio, Mariana Gabriel, neta de Maria Eliza (Xamego), diretora do documentário Minha Avó Era Palhaço; Miriam Vieira, diretora do espetáculo Benjamim de Oliveira; Heraldo Firmino, fundador da Cia Baitacã e membro da ONG Doutores da Alegria; e Kindumbo da Cunha, músico e ativista angolano, marcam presença nos outros dias do evento.
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A idealizadora e protagonista do projeto E o palhaço o Que É?, Gisele Lançoni, afirma que essa pesquisa já se desenvolve há 7 anos e faz parte de sua trajetória pessoal como comediante negra. Ela comenta a importância da representatividade, e do reconhecimento de artistas como Maria Eliza para gerações futuras:
“Essa obra é uma vitória e dar vida a essa personagem e luz à história de Maria Eliza é necessário para que mais Giseles e Marias e Anas e Lylians e Marianas e Miriams e Heraldos e Linaldos e Kindumbos, artistas pretos de excelência presentes nesse projeto, surjam e se orgulhem de suas origens, de seus antepassados e de contar suas histórias.”
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