Aprendiz egressa do Curso Regular de Dramaturgia, Débora Brenga volta à SP Escola de Teatro, agora para um outro trabalho. Sua exposição fotográfica “Tekoa SP” fica em cartaz no hall da sede Roosevelt da Instituição até o fim do ano.
Com fotos de Caetano Brenga Bitencourt, a mostra é um registro das visitas que Débora fez aos grupos Tenondé Porã e Kalipety. “Durante a visita, me ocorreu um estranhamento”, conta a dramaturga. “Nesses aldeamentos indígenas, me senti estrangeira, no lugar do invasor. Descobri que os nativos não se interessam pelo meu teatro porque o meu teatro não os representa.”
A ideia nasceu quando Débora participou do projeto “Dramaturgias Urgentes”, proposto pelo Centro Cultural Banco do Brasil em 2012. Na ocasião, ela apresentou o texto “Brasil, um país de estrangeiros”, que acabou ganhando leitura dramática pelo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, com direção de Cláudia Schapira e participação especial de Georgette Fadel.
Em 2014, o projeto ganhou um caráter mais amplo em função do PROAC Bolsa-Incentivo de Criação Literária em Dramaturgia. “Foi quando pude, efetivamente, lidar com as demandas que esse material de investigação me apresentava”, diz Débora, que, com a orientação dramatúrgica de Lucienne Guedes Fahrer, resolveu visitar os grupos indígenas.