Ana Beatriz Nogueira está celebrando seus 35 anos de carreira no teatro digital, onde faz a peça Tudo Que Eu Queria Te Dizer. A obra solo tem texto de Martha Medeiros. Nela, a atriz interpreta cinco diferentes mulheres sob direção de Victor Garcia Peralta.
As personagens habitam universos completamente diferentes, tendo em comum somente o desejo – e a necessidade – de exporem seus sentimentos e serem ouvidas. As sessões são aos sábados de agosto, sempre às 18h, pela plataforma Sympla/Zoom.
Em recente entrevista ao Blog do Arcanjo, do jornalista Miguel Arcanjo Prado, Ana Beatriz Nogueira declarou o seguinte sobre sua resistência no teatro digital:
“Fazendo teatro ainda que através de uma telinha, telona, tablet, me deixa orgulhosa de que a gente tem uma força imensa, e nem que tenhamos que inventar a 9ª arte, como citou Aderbal na Folha de S. Paulo, se precisar a gente inventa, mas que o teatro se move, o teatro se transforma, o teatro passa por mudanças, mas o teatro não para, ainda que seja dessa maneira, para que a gente possa esperar a volta dos espectadores à sala de espetáculo, à sala de teatro, nós permanecemos em exercício, e permanecer em exercício do meu ofício é para mim uma comemoração (mais uma vez eu digo essa palavra me é estranha neste momento), mas é uma afirmação da minha vocação, uma afirmação de que essa arte milenar não morre nunca; e de que eu de fato sou absolutamente apaixonada pelo que eu faço e não desisto, eu sigo o exemplo do teatro, não desisto”.
Ana Beatriz Nogueira começou a carreira com destaque internacional. Aos 20 anos, ela venceu o Urso de Prata de Melhor Atriz do Festival de Berlim de 1987 por sua atuação no longa Vera, de Sérgio Toledo.
CULTURA EM CASA
Assim como outros equipamentos, a SP Escola de Teatro criou uma programação especial na internet para oferecer ao seus seguidores. Assim, está disponível uma série de conteúdos multimídia, como vídeos de espetáculos e de palestras e bate-papos de nomes como as atrizes Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Denise Fraga, a monja Coen, a escritora Adélia Prado e o pastor Henrique Vieira, além de cursos gratuitos a distância.
O acervo ainda inclui filmes produzidos pela Escola Livre de Audiovisual (ELA) – iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), gestora da SP Escola de Teatro – em parceria com instituições internacionais, com a Universidade das Artes de Estocolmo (Suécia).