“Não existe testemunha mais terrível – acusador mais poderoso –
do que a consciência que habita em nós”
Sófocles
O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas está de volta e reúne artistas e público presencialmente entre 9 e 18 de setembro de 2022, sua sexta edição em 12 anos. Com 36 obras de 13 países, apresenta 10 peças brasileiras, além de parcerias com Argentina, Bolivia, Espanha e Venezuela.
Em Tebas, da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, entrelaçam-se as peças da Trilogia Tebana escrita pelo grego Sófocles há mais de 25 séculos: “Édipo Rei”, “Édipo em Colono” e “Antígona”. Nelas, são discutidos temas atemporais e candentes da vida contemporânea, como patriarcado, tirania, democracia, território, exílio, destino e livre-arbítrio. Na juventude ou na velhice, nesta cego, Édipo transita os três tempos vivenciando dilemas, mistérios, dores, perdas e angústias que atormentam Tebas e sua gente, bem como revê suas escolhas. Ao fim e ao cabo, os cidadãos comuns, geração seguida de geração, são sempre sujeitos aos governantes e aos seus sistemas de governo.
O tempo de exílio em terras distantes transcorre em “Édipo em Colono” (401 a.C.). Após ser expulso pelos filhos, acompanhado de sua caçula, Antígona, o velho e ora cego peregrina em busca do derradeiro pouso. Até chegarem à cidade de Colono, nos arredores de Atenas, onde são acolhidos pelo rei Teseu.
Já em “Antígona” (441 a.C.), Tebas encontra-se destruída. Após a guerra pelo trono, os irmãos Polinices e Etéocles matam um ao outro, cumprindo a praga lançada pelo pai deles, Édipo. Creonte, o tio, assume a coroa e determina que o primeiro fique insepulto enquanto o segundo seja enterrado com honras. A sobrinha, a do título, o desobedece, é condenada a ser enterrada viva numa caverna, mas enforca-se antes. “Nasci para compartilhar amor, não ódio”, afirma.
Assim, os três tempos vão se entrelaçando, sem uma relação necessária de causa e efeito. E o coro, interpretado por um único ator, perpassa os tempos assim como Édipo. Ao fim e ao cabo, sabe-se que são os cidadãos comuns que atravessam as épocas e seus imaginários, geração seguida de geração, sempre sujeitos aos governantes e aos seus sistemas de governo.
No palco do Teatro Municipal Braz Cubas, em Santos, realizamos esse ensaio fotográfico exclusivo.
Bob Sousa é fotógrafo, pesquisador e mestre em artes pela Unesp. É crítico de artes visuais/APCA e Prêmio Arcanjo de Cultura
Ficha técnica
Dramaturgia cênica e direção Marcelo Lazzaratto
Assistência de direção e preparação corporal Dirceu de Carvalho
Atores da Cia. Carolina Fabri, Marcelo Lazzaratto, Pedro Haddad, Rodrigo Spina, Tathiana Botth e Thaís Rossi
Atores convidados Eduardo Okamoto, Marina Vieira e Rita Gullo
Iluminação Marcelo Lazzaratto
Cenário Julio Dojcsar
Figurino Silvana Marcondes
Música original Dan Maia
Técnicos de som Anderson Moura e Gabriel Bessa
Técnico de luz Lui Seixas
Contrarregra Tiago Moro
Costureira Atelier Judite de Lima
Cenotécnico Fernando Lemos (Zito)
Adereços Marina Vieira
Maquiagem Cia. Elevador de Teatro Panorâmico
Fotografia João Caldas
Vídeo Roberto Setton
Projeto gráfico Alexandre Caetano – Oré Design Studio
Assistência de produção Larissa Garcia
Produção executiva Marcelo Leão
Produção Anayan Moretto
Realização Cia. Elevador de Teatro Panorâmico