“Estamos todos condenados à prisão solitária dentro de nossa própria pele, por toda a vida.”
Tennessee Williams
Ao fotografar esse belíssimo espetáculo, idealizado por Camila dos Anjos e dirigido por Marco Antonio Pâmio, me veio à mente uma das célebres frases do autor Tennessee Williams, citada em epígrafe acima, com o poder da fotografia, que também nos condena a certa prisão solitária desde o segundo fatal do clique à eternidade da imagem congelada.
A peça, fruto de um trabalho de investigação sobre a obra do autor, que Camila dos Anjos realizou nos últimos anos, é composta pelos textos curtos “Esta propriedade está condenada” e “Por que você fuma tanto, Lily?”, encenados na sequência pela atriz e por Ricardo Gelli, com direção precisa de Marco Antônio Pâmio.
A iluminação de Caetano Vilela, bem como o cenário de Cesar Rezende e o figurino de Kleber Montanheiro, ajudam a prender o espectador ao universo imbricado entre ilusão e realidade, marcantes na obra do autor.
Na afirmação de Susan Sontag, que preconiza a ideia de que tudo existe para terminar numa fotografia, essas imagens nos condenam, a partir da inserção do olhar que investiga cada uma das cenas congeladas, a reverenciar a imortalidade do trabalho desses grandes artistas do nosso teatro.
Duração: 60 minutos
Recomendação: 16 anos
Temporada on line gratuita
Dias 21, 22, 23, 28, 29 e 30 de maio às 20h.
Transmissão pelo Sympla.
Bob Sousa é fotógrafo, pesquisador e mestre em artes pela Unesp. É crítico de artes visuais/APCA e Prêmio Arcanjo de Cultura