EN | ES

Gabriel Cândido, formador da SP, promove arte afro-indígena no Dona Ruth: Festival de teatro negro de São Paulo

Publicado em: 21/10/2021 |

 

De 20 a 31 de outubro, ocorre a 3ª edição do Dona Ruth: Festival de teatro Negro de São Paulo realizado pela Aquariane Produções Artístico Culturais e apoiado pelo Itaú Cultural (IC), Sesc SP, Secretaria Municipal de Cultura de SP, Oficina Cultural Oswald Andrade e Museu Afro Brasil. O evento será híbrido, a programação será presencial e online e ocorrerá em diversos centros culturais de São Paulo.

Gabriel Candido, artista formado em atuação pela SP e que hoje orienta experimentos de módulo na escola, foi um dos idealizadores do evento. Neste ano, será celebrado o centenário da atriz Ruth de Souza, referência da dramaturgia negra brasileira; e além do show ao vivo que abre o evento na quarta-feira (20), são promovidas poesias, conversas e criações cênicas audiovisuais de artistas indígenas e negros.

Letícia Coura realiza encontro musical com estudantes da SP sobre Zé Celso e o Oficina neste sábado, 23

O coordenador de produção e diretor artístico do festival Gabriel Cândido, além de roteirista, diretor, ator e dramaturgo é também autor de duas peças de teatro publicadas: Socorro! Tem uma cidade entalada na minha garganta” (Grupo Editorial Letramento, 2019), e Fala das Profundezas (Editora Javali, 2018).

A primeira parte do evento fomentado por Gabriel é online, e a transmissão ocorrerá pelo Youtube do Itaú Cultural e pela plataforma zoom, já os ingressos poderão ser adquiridos via sympla. Ao todo, cerca de 30 atividades integram a programação gratuita com 16 Atos Artísticos (Espetáculos, Experimentos Cênicos, Performances e Show), 11 Giras de Conversa e 04 Quilombos Artístico-Pedagógicos.

A comemoração será inaugurada pela exibição da homenagem da poeta Luz Ribeiro ao legado da atriz por meio da performance audiovisual Centelhas de Ruth de Souza. E será seguida da exibição ao vivo do show Itamares, de Anelis Assumpção, nele a cantora interpreta músicas como: Isso Não Vai Ficar Assim, Nega Musica, Milágrimas e Mergulho Interior. Essas composições são de seu pai o músico Itamar Assumpção, e não somente remetem a suas raízes, como também prestigiam a música negra nacional.

Paulina Chiziane, escritora moçambicana, vence a 33.ª edição do Prêmio Camões de Literatura

A programação está dividida de acordo com os seis atos que serão apresentados e constituem a ação Ato Artístico; são criações cênicas e audiovisuais de autores indígenas e negros de regiões como Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Ao fim das apresentações ocorrem as Giras de Conversa, momento que estimula o diálogo entre os artistas e o público.

No primeiro dia é exibido P E Ç A, da artista gaúcha Rita Rosa Lende, o espetáculo reflete acerca do corpo com cor, e do corpo humano na arte contemporânea. Além disso, aborda o preconceito atribuído ao corpo da mulher negra; questiona-se a expectativa cultural, as subjetividades e as liberdades que esse corpo possui ou não. Ao fim dessa apresentação a conversa é com a protagonista da peça e o artista visual indígena Emerson Uyra.

No domingo, duas obras inéditas encerram o evento, a primeira é Asfixia, de Kay Sara, do Amazonas, nela o público é levado a reflexão crítica sobre os tempos atuais nos quais tudo possui raiz na destruição e genocídio dos povos originários. Contrapõe-se o cotidiano ao período antes das invasões, no qual se vivia em harmonia com a natureza. O segundo experimento cênico a ser exibido é Ano Que Vem Eu Vou, um vídeo com dramaturgia de Dione Carlos e direção de Grace Passô. A obra constitui-se como um híbrido sonoro e performático que põe em cena a atriz, cozinheira e pesquisadora de gastronomia afro-mineira Zora Santos. Como uma guardiã de uma alquimia ancestral que aparentemente envolve cozinhar, mas vai muito além do que se sabe sobre esse universo, a artista compartilha seus conhecimentos, invocando forças e evocando memórias soterradas para que as chamas internas não se apaguem.

 

Ruth de Souza

Nascida no Rio de Janeiro em 1921, Ruth Pinto de Souza interessou-se por teatro ainda na infância enquanto frequentava o Theatro Municipal de São Paulo. Fez parte do Teatro Experimental do Negro liderado por Abdias do Nascimento e fez sua estreia em O imperador Jones, de Eugene O’Neill, em 1945. Estudou na Universidade Harvard, nos Estados Unidos e na Academia Nacional do Teatro Americano, em Nova York. Em 1948, estreou no cinema em Terra violenta, adaptação do seu romance Terras do sem fim. Participa de diversas produções das três empresas pioneiras: Atlântida, Maristela Filmes e Vera Cruz. Foi a primeira atriz brasileira indicada para prêmio internacional: o Leão de Ouro, no Festival de Veneza de 1954.

 

Confira a programação da parte online do evento:

 

ABERTURA

Live da cantora Anelis Assumpção no show Itamares

Performance Centelhas de Ruth de Souza, da poeta Luz Ribeiro (gravada)

Duração: 120 min

Classificação: Livre

Transmissão ao vivo do palco do Itaú Cultural pelo canal da instituição no YouTube www.youtube.com/itaucultural

 

21 de outubro, quinta-feira, 20h

ATO ARTÍSTICO 1

P E Ç A

Com Rita Rosa Lende (RS)

Após a apresentação, acontece a Gira de Conversa, com Rita Rosa Lende e Emerson Uyra, artista visual indígena

Duração: 30 minutos

Capacidade: 270 lugares

Classificação Indicativa: 16 – Cenas de nudez

Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações: www.itaucultural.org.br

 

22 de outubro, sexta-feira, 20h

ATO ARTÍSTICO 2

Oca no Buraco Fundo

Com Ziel Karapotó (PE)

Após a apresentação, acontece a Gira de Conversa, com Ziel Karapotó e a crítica Soraya Martins

Duração: 30 minutos

Capacidade: 270 lugares

Classificação Indicativa: Livre

Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações: www.itaucultural.org.br

 

23 de outubro, sábado, 20h

Neste dia serão exibidas duas apresentações da programação Ato Artístico. Após as apresentações, acontece a Gira de Conversa, com Naine Terena, Jones Barsou e Ana Caroline (Cia Casa Circo) e o jornalista Bruno Cavalcanti

 

ATO ARTÍSTICO 3

A Mulher do Fim do Mundo

Com Cia Casa Circo (AP)

Duração: 30 minutos

Capacidade: 270 lugares

Classificação Indicativa: 14 anos (cenas de nudez)

Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações: www.itaucultural.org.br

 

ATO ARTÍSTICO 4

Póhutine – únicos

Obra inédita de criação coletiva (MT)

Duração: 30 minutos

Capacidade: 270 lugares

Classificação Indicativa: Livre

Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações: www.itaucultural.org.br

 

24 de outubro, domingo, 19h

Neste dia serão exibidas duas apresentações da programação Ato Artístico. Após as apresentações, acontece a Gira de Conversa, com Julie Dorrico, Kay Sara e Zora Santos.

 

ATO ARTÍSTICO 5

Asfixia

Com Kay Sara (AM / SP)

Duração: 30 minutos

Capacidade: 270 lugares

Classificação Indicativa: 10 anos – cenas de medo

Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações: www.itaucultural.org.br

 

ATO ARTÍSTICO 6

Ano Que Vem Eu Vou

Com Zora Santos (MG)

Duração: 35 minutos

Capacidade: 270 lugares

Classificação Indicativa: Livre

Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações: www.itaucultural.org.br

 

 

 

 




Relacionadas:

Notícias | 21/ 11/ 2024

SP Escola de Teatro recebe intercambista Pau Hoff, da Hochschule für Schauspielkunst Ernst Busch

SAIBA MAIS

Notícias | 20/ 11/ 2024

Confira como foram as apresentações do Cena Única na SP Escola de Teatro

SAIBA MAIS

Notícias | 19/ 11/ 2024

Lançamento em 21/11 de “Eternizar Em Escrita Preta – Volume 5” tem show de Luz Ribeiro

SAIBA MAIS