Depois de ser muito criticado pelo sexismo vigente e priorizar peças de homens em detrimento a espetáculos comandados por mulheres, o Theatertreffen deste ano aponta que o futuro do teatro é feminino, segundo o jornal norte-americano The New York Times. O evento realizado sempre em maio em Berlim concentra o melhor do teatro em língua alemã.
Neste ano, após muito embate, a organização estabeleceu cota mínima de 50% para produções dirigidas por mulheres ou coletivos femininos. Por conta da pandemia, este ano o evento não pode ser realizado presencialmente. Mesmo assim, o festival disponibilizou online os vídeos das peças que foram selecionadas.
Das seis produções que já foram transmitida, quatro são dirigidas por mulheres. A decisão de trazer uma cota de gênero entre os selecionados surgiu depois de anos de debate sobre desequilíbrios de gênero na produção artística, amplificado pelo movimento internacional #MeToo. A luta feminista tem dado resultado na Alemanha, onde, em 2019, um terço das produções já foram dirigidas por mulheres. Ao que tudo indica, o futuro do teatro alemão é, inevitavelmente, feminino.
CULTURA EM CASA
Assim como outros equipamentos, a SP Escola de Teatro criou uma programação especial na internet para oferecer ao seus seguidores. Assim, está disponível uma série de conteúdos multimídia, como vídeos de espetáculos e de palestras e bate-papos de nomes como as atrizes Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Denise Fraga, a monja Coen, a escritora Adélia Prado e o pastor Henrique Vieira, além de cursos gratuitos a distância.
O acervo ainda inclui filmes produzidos pela Escola Livre de Audiovisual (ELA) – iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), gestora da SP Escola de Teatro – em parceria com instituições internacionais, com a Universidade das Artes de Estocolmo (Suécia).