(Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)
Nos arredores de uma fazenda no município de Ji-Paraná, em Rondônia, ouvia-se um som estranho. Não vinha dos caminhões, tampouco de ferramentas ou máquinas. Também não se parecia com nenhum animal da região.
Em 16 de setembro de 2008, o jornal Folha de S.Paulo noticiou o aparecimento de dois remanescentes de uma tribo, até então dada como extinta. Os índios da etnia Piripkura viviam como nômades e recusavam qualquer contato com o homem branco. Os dois homens foram encontrados no meio da floresta comendo uma caça e gargalhando. Sim, eles riam das histórias que contavam um ao outro enquanto se alimentavam.
Desse acontecimento nasceu “Recusa”, da Cia. Teatro Balagan, o primeiro espetáculo a cumprir temporada na Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, de outubro a dezembro de 2012, durante a mostra “Recusa e Prometheus: uma simetria invertida”.
Na montagem, os atores Antonio Salvador e Eduardo Okamoto encarnam o par de índios, sob direção de Maria Thais e com dramaturgia assinada por Luís Alberto de Abreu. O processo de criação da montagem começou em 2009 e durou cerca de três anos. Entre as etapas, os integrantes da companhia conviveram por um período com o povo indígena Paiter Suruí, na aldeia Gapgir, em Rondônia.
A temporada rendeu à Antonio e Eduardo o Prêmio APCA de Melhor Ator (dividido entre eles, em empate) e outros dois troféus no Prêmio Shell de Teatro: Maria Thaís (Direção) e Márcio Medina (Cenário), além das indicações nas categorias Música e Ator.
É “Recusa” que ganha destaque na Click! de hoje (4), na foto que mostra Salvador (à frente) e Okamoto em cena na temporada realizada na Escola. Veja mais em nossa galeria multimídia.
Texto: Felipe Del