Uma contadora de histórias, internada e esquecida em uma clínica psiquiátrica, fala sobre um menino que, como ela, sofre com a exclusão por parte das demais pessoas. O garoto vive envolvido em mistérios e inventando brincadeiras que preocupam sua mãe.
Eis o enredo do espetáculo “Menino Luz”, dirigido por Durval Mantovaninni, aprendiz de Direção da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, que foi apresentado na noite da última segunda-feira (3), na Sede Roosevelt da Instituição.
Com a epígrafe “aos insanos, ninguém dá ouvidos”, a peça foi escrita por Pierce Willians. No palco, a atriz Silvia Masulo faz uma interpretação solo, dando vida à contadora de histórias. Para conceber a obra, os artistas pesquisaram temas como a loucura, a esquizofrenia, os casos do artista plástico Bispo do Rosário e do pregador Profeta Gentileza, além de obras de Augusto Boal.
A principal questão levantada pela montagem gira em torno da possibilidade de se adotar tratamentos menos agressivos aos pacientes que sofrem de transtornos mentais. “O fato de ver como a arte por si é terapêutica – o que é diferente de arteterapia –, de como ela pode servir de ferramenta para promover a integração do indivíduo, foi o que nos motivou”, conta Mantovaninni.
A foto da seção Click! de hoje (5), feita por Helio Dusk, revive o momento da apresentação do espetáculo, com flagra do rosto de Silvia, por trás de uma espécie de tear, com linhas e pedaços de tecido. O rosto emoldurado reflete o desconsolo que acompanha aqueles que enxergam o mundo de outra forma e, por isso, são discriminados.
Texto: Felipe Del