Em novembro, mês da Consciência Negra, a SP Escola de Teatro recebe uma programação especial com espetáculos que discutem questões ligadas a raça, gênero e classe social.
CÁRCERE
No dia 28, a Corpórea Companhia de Corpos apresenta “Rés”, às 21h, em sessão única na sede Roosevelt. O trabalho propõe uma reflexão sobre o encarceramento de mulheres negras no Brasil e violência física e psicológica à qual elas estão submetidas. Os ingressos para a apresentação são vendidos no sistema pague quanto puder.
Dirigida por Verônica Santos, que divide a cena com Débora Marçal e Malu Avelar, “Rés” é a primeira parte de uma trilogia em que a companhia investiga o lugar do corpo negro nas artes cênicas (a sequência foi contemplada recentemente no edital Rumos Itaú).
Embora o título do espetáculo sugira uma associação direta à cadeia, a obra amplifica o olhar sobre a condição de prisão, em denúncia daquilo que um corpo negro feminino sente ao ser encarcerado. Não existem presidiárias em cena, mas corpos expostos à situação que representem os diversos tipos de encarceramento.
A apresentação de “Rés” na SP Escola de Teatro faz parte do evento Novembro Negro, criado pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM).
ANCESTRALIDADE
A partir do arquétipo do orixá Iansã – deusa guerreira e forte das religiões de matriz africana – “Olha Oya” estreia no dia 30 e segue em temporada até 17 de dezembro, também na sede Roosevelt. O espetáculo leva à cena, através da mitologia, relatos e histórias de mulheres que não estão representadas nos meios de comunicação de massa ou, quando estão, são retratadas majoritariamente como coadjuvantes subalternas e estereotipadas.
“Olha Oya” é uma criação coletiva da Emboa Companhia de Teatro. E no elenco estão as atrizes Cecília Bortoli, Inessa Silva, Letícia Oliveira e Marina Affarez. A montagem fica em cartaz às sextas, sábados e segundas, às 21h, e no domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 30 e 15 (meia-entrada).