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Ponto | Teatro Nacional e o Romantismo

Publicado em: 03/05/2011 |

A ascensão do teatro no Brasil no século XVIII abriu caminho para o crescimento que estava por vir no início do século seguinte. Em 1808, quando a família real se instalou no Rio de Janeiro, diversas foram as melhorias exigidas e estimuladas por Dom João. Um decreto de 1810 solicitava “teatros decentes”, o que, dentro de algum tempo, foi concretizado com a construção de vários deles.

 

As companhias teatrais, que começavam a dominar os teatros, levavam um público cada vez maior para assistir aos espetáculos. Em 1833, estreia, em Niterói, a primeira companhia brasileira, dirigida por João Caetano. A popularização dessas companhias causou, porém, um crescimento do amadorismo. 

 

Nessa época, quando a população brasileira se mostrava extremamente insatisfeita com o Império, as manifestações chegavam até ao teatro. Durante as encenações, gritos agressivos exigiam o advento da República. A única ocasião em que isso não acontecia era quando o próprio D. Pedro estava presente no recinto. 

 

Esse sentimento nacionalista, por outro lado, fez com que, gradualmente, os atores estrangeiros fossem substituídos por nacionais e a nação se preparasse para finalmente ser livre. Mas não do preconceito racial, que ditava que os negros não podiam assistir aos espetáculos e aqueles que eram atores tinham que cobrir os rostos com maquiagem branca e vermelha para disfarçar a verdadeira cor.

 

Com a Independência do País, em 1822, o patriotismo fica mais evidente nas encenações. O Romantismo – movimento literário com forte influência no século XIX – marcou, a partir de 1838, sua presença nas peças. Joaquim Manuel de Macedo, um dos fundadores do movimento no Brasil, ditou o estilo a ser seguido pelos artistas românticos. A tragédia “Antônio José ou O poeta e a Inquisição”, de Gonçalves de Magalhães, apresentada em 1838, é considerada a primeira obra do teatro brasileiro. 

 

No mesmo ano, a comédia “O Juiz de Paz da Roça”, de Martins Pena, começava a consolidar a preferência das plateias pela comédia de costumes. Adepto do Romantismo, conseguiu a aprovação do público, sendo considerado por muitos como o verdadeiro fundador do teatro nacional.

 

A primeira metade do século XIX foi de grande destaque para o teatro romântico no Brasil, mas o Realismo, que durante algum tempo perdeu seu espaço, não sucumbiu. Em um próximo ponto, a continuação dessa longa história, que mostra que, independentemente do estilo, o teatro é e sempre foi uma forma de expressão imprescindível para o entendimento de nossa cultura.

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