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Aderecista, a história de Clau Carmo se confunde com a da própria Escola

Publicado em: 11/04/2018 |

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

JONAS LÍRIO

Diz o ditado que “todo fim é um recomeço”. Essa frase é talvez a que melhor se aplica à vida do aderecista alagoano Clau Carmo, aprendiz egresso do curso de Cenografia e Figurino da SP Escola de Teatro. Por mais de 10 anos, Carmo trabalhou com turismo, sua primeira graduação, em Maceió e em São Paulo. “Mas eu não aguentava mais. Desisti e decidi tentar entrar para a Escola”, conta. Admirador dos premiados J.C. Serroni e Telumi Hellen, que lecionam na Instituição até hoje, ele não imaginava que logo se tornaria parceiro da dupla.

Carmo acompanhou os primeiros anos da SP Escola de Teatro, inaugurada em 2010. “Em 2011, a Escola ainda estava se estruturando. Abriram cinco vagas [para o curso de Cenografia e Figurino], e eu achei que seria fácil. Quando vi, éramos 495 inscritos concorrendo [sendo 145 deles para o curso que queria]”, lembra. A história dele com o teatro, no entanto, começou em 1991, quando um amigo que não teria tempo para terminar um trabalho pediu sua ajuda na confecção de adereços para um espetáculo. Interessado em trabalhos manuais (além de ter sido pintor, ele vem de uma família de alfaiates), o artista desenvolveu um interesse pela profissão.

Suas criações chamaram a atenção de grupos como a Associação Teatral de Alagoas (ATA), a mais antiga companhia da cidade. Por alguns anos, o aderecista só trabalhou com teatro. Até que, por motivos financeiros, passou a conciliar a faculdade de turismo com trabalhos em grupos como a Cia. de Dança Corpo Vivo e o Ballet Municipal de Natal, no Rio Grande do Norte. “Mas o bichinho do teatro já tinha me mordido, eu precisava me dedicar somente a isso”, conta.

Em 2007, com uma promoção de cargo na agência de turismo em que trabalhava, ele se mudou para São Paulo. Pouco tempo depois, desistiu do emprego. “Por coincidência, logo que me demiti, chegaram e-mails sobre o Processo Seletivo da SP Escola de Teatro. Mesmo ainda no começo, a Escola já tinha uma boa reputação devido aos nomes que a estruturaram”.

Logo Clau se destacou na turma e foi convidado por J.C. Serroni para atuar como aderecista no espetáculo “O Menino e a Cerejeira”, dirigido por Vladimir Capella, em 2011.

A parceria com o cenógrafo e com a figurinista Telumi Hellen rendeu mais trabalhos para Clau Carmo. Como aderecista, ele participou das montagens de Nelson Rodrigues feitas pelo diretor Marco Antônio Braz e de musicais como “Chaplin, o Musical” e “Os Produtores” — este dirigido por Miguel Falabella, que reestreia em 19 de abril no Teatro Procópio Ferreira. Tudo isso, diz Carmo, foi alcançado com um impulso da SP Escola de Teatro.

“Eu trabalho com muita gente que passou pela Escola também. Existe um companheirismo, um reconhecimento entre nós. A troca de conhecimento com outras áreas e a possibilidade de conhecer tanta gente é algo muito especial,” afirma. Seu recomeço profissional, por coincidência, aconteceu simultaneamente ao início da SP Escola de Teatro. E, desde então, essas duas histórias estão interligadas.




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