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Helena Ignez revisita “Vestido de Noiva” no Sesc Consolação

Publicado em: 31/10/2024 |

A partir de 25 de outubro, o Teatro Anchieta – Sesc Consolação recebe a estreia de “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, em montagem inédita idealizada e dirigida por Helena Ignez, com Lucélia Santos, Djin Sganzerla e Simone Spoladore a frente de elenco composto por Jiddu Pinheiro, Clarisse Abujamra, Luciano Chirolli, Tuna Dwek, Michele Matalon, Luciana Fróes e Luiza Barros.

A atriz e diretora Helena Ignez faz parte do conselho administrativo da Adaap (Associação dos Artistas Amigos da Praça), que gere a SP Escola de Teatro – Centro de Formação Das Artes Do Palco.

A direção traz a peça de Nelson para os dias de hoje e é no personagem de Madame Clessy, vítima de feminicídio, que quer dar o recado, do ponto de vista social. A encenação conta com direção de imagem (vídeo) de André Guerreiro Lopes, direção de arte, cenografia e figurinos de Simone Mina e Carolina Bertier, iluminação de Aline Santini, vídeo mapping de André Grynwask e Pri Argoud, trilha sonora e sonoplastia de Aline Meyer, além da participação de Cida Moreira com uma versão original de “Brasil Pandeiro”, de Assis Valente. Com realização do SESC SP, a nova montagem de Vestido de Noiva acontece às sextas e sábados às 20h e domingos às 18h, de 25 de outubro até 8 de dezembro.

A provocação para a nova montagem de Vestido de Noiva surgiu ano passado, quando Lucélia Santos – que atuava como atriz no filme “Mulher Oceano” (2020), dirigido por Djin Sganzerla –, sugeriu à Djin que sua mãe, Helena Ignez, encenasse a peça com ela, Lucélia, fazendo Madame Clessi.

– Achei incrível essa ideia que Lucélia teve de fazer a Madame Clessi, ela profundamente ligada a Nelson Rodrigues e pensei que em comum nós tínhamos uma coisa antes de tudo, amávamos Nelson Rodrigues. Ela performando vários de seus filmes –, comenta Helena Ignez.

A narrativa da peça de Nelson Rodrigues, é dividida em três planos que se inter-relacionam em ações simultâneas, em tempos diferentes, onde ocorrem as cenas da alucinação, da memória e da realidade, que estabelecem as molduras nas quais a agonizante Alaíde (Djin Sganzerla), protagonista, desvenda ao público espectador a história trágica de seu amor infeliz pelo marido Pedro, na qual tem como rival a irmã, Lúcia (Simone Spoladore). À narrativa de Alaíde misturam-se flashes urbanos de ruas e de trânsito, de uma sala de cirurgia, de uma redação de jornal. E ainda se entrelaça com a história de Madame Clessy (Lucélia Santos), vítima de feminicídio, no início do século XX. Na peça, Madame Clessy tem a função de ajudar Alaíde a reorganizar sua mente convulcionada, após o atropelamento.

Helena Ignez chama atenção para o especial cuidado na nova montagem com a visualidade da encenação, além de trazer a peça de Nelson Rodrigues para os dias de hoje. E que é exatamente no personagem da Madame Clessy que a diretora quer dar o recado, do ponto de vista de personagem, do ponto de vista social. A diretora afirma que “Madame Clessy não é nada do que fizeram dela até hoje”, por isso está exclusivamente em cima do Nelson Rodrigues:

– Em nenhum momento Nelson se refere a ela como prostituta. Madame Clessy é uma mulher de vida livre, que acusam de orgias. Não é uma prostituta. Ela tem um amante, um desembargador que a conhece desde menina. Ela teve um filho e é apaixonada por um jovem de dezessete anos. Clessy é uma ingênua e o jovem um assassino, que a mata. É um feminicídio. O que me interessa mostrar, agora, em Vestido de Noiva é esse feminicídio e o esterismo e a loucura dessa família tradicional, burguesa. Clessy é uma figura antiga, que Nelson situa no começo do século XX e eu a trago para hoje. Uma mulher vítima da incompreensão e da inveja da sociedade, uma mulher vítima do feminicídio. “Essa montagem é muito cabeça!” –, esclarece Helena Ignez.

– Nelson é um gênio, a gente sabe disso, e quando entra em contato íntimo com seus textos, isso é reafirmado a cada momento, ao ponto de não querer perder nada, nem a rubrica –, afirma Helena Ignez.

Ficha técnica

Texto: Nelson Rodrigues
Direção: Helena Ignez
Assistência de Direção e Direção de Cena: Rafael BicudoElenco:
Madame Clessi – Lucélia Santos
Alaíde – Djin Sganzerla
Lúcia – Simone Spoladore
Pedro – Jiddu Pinheiro
Dona Lígia (mãe) – Clarisse Abujamra
Gastão (pai) – Luciano Chirolli (participação especial)
Dona Laura (sogra) – Tuna Dwek
Mãe do namorado – Michele Matalon
Mulheres do bordel – Luciana Fróes e Luiza Barros
Direção de Imagem (vídeo): André Guerreiro Lopes
Direção de Arte, Cenografia e Figurinos: Simone Mina e Carolina Bertier
Iluminação: Aline Santini
Trilha Sonora e Sonoplastia: Aline Meyer
Arranjos e interpretação de “Brasil Pandeiro”: Cida Moreira
Vídeo Mapping: André Grynwask e Pri Argoud – Um Cafofo
Assistência de Cenografia: Vinicius Cardoso
Assistência de Figurinos: Rick Nagash e Hellige Santana
Técnico de Som e Operação: Kléber Marques
Operação de Vídeo: Rodrigo Chueri
Assistência de Luz e Operação: Sibila
Produção Executiva: Luiza Barros
Direção de Produção: Marcela Horta
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotos de Divulgação: Ale Catan
Programação Visual: SESC SP

Serviço

“Vestido de Noiva”
Temporada: 25 de outubro a 08 de dezembro de 2024
Dias/Horário:
Sextas e Sábados, às 20h | Domingos e feriados, às 18h – *não haverá sessão em 27/10 e 20/11
Quinta, 21 de novembro e 05 de dezembro, às 15h
Sesc Consolação – Teatro Anchieta (280 lugares)
Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque. São Paulo – SP
Telefone: (11) 3234-3000
Na rede: /sescconsolacao – Site: sescsp.org.br/consolacao
Horário de funcionamento:
Terça a sexta: das 10h às 21h30. Sábados: das 10h às 20h. Domingos e Feriados: das 10h às 18h.

Ingressos: R$70,00 (inteira), R$35,00 (meia-entrada), R$21,00 (credencial plena).
Venda on-line: em sescsp.org.br e no app Credencial Sesc SP, a partir de 15/10 (terça), às 17h
Venda presencial: na bilheteria de qualquer unidade do Sesc SP, a partir de 16/10 (quarta), às 17h
Duração: 110 min
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida




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