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Fernando Vilela dirige montagem de Bash, do estadunidense Neil LaBute, que estreia no dia 13 de abril no Espaço Elevador

Publicado em: 28/03/2024 |

 Peça estabelece diálogo com tragédias de Eurípedes para criar discussão sobre como a violência se naturaliza na sociedade sob a luz de diversas justificativas. Foto: Sara Ferreira


Peça estabelece diálogo com tragédias de Eurípedes para criar discussão sobre como a violência se naturaliza na sociedade sob a luz de diversas justificativas. Foto: Sara Ferreira

A naturalização e banalização da violência na sociedade em nome da manutenção dos privilégios de uma elite ultraconservadora é tema de Bash, texto do dramaturgo e cineasta estadunidense Neil LaBute que acaba de ganhar uma montagem dirigida por Fernando Vilela. O espetáculo estreia no dia 13 de abril no Espaço Elevador, onde segue em cartaz até 12 de maio, com apresentações aos sábados e domingos, às 19h.

O termo Bash, em inglês, pode ser traduzido tanto como o ato de se bater com força, esmagar e criticar quanto como uma festa, celebração, acontecimento. E o texto explora justamente o ponto de intersecção entre essas antíteses, expondo que essas forças binárias – o bem e o mal, a festa e a tragédia – coabitam dentro de nós. “É só apertar os botões certos”, como define LaBute.

A obra se divide em três cenas delineadas, sendo que duas delas dialogam diretamente com as tragédias gregas de Eurípedes, Ifigênia em Áulis e Medeia. Com isso, o autor destaca a continuidade da natureza humana ao longo dos séculos e sua potencialidade para a violência. LaBute, grande cineasta que é, constrói uma miríade de imagens vibrantes, furiosas para ancorar e corporificar a tragédia em uma realidade identificável, mostrando que ainda hoje estamos na iminência de um rompante.

Na primeira cena, em “Ifigênia em Orem”, um homem conta como a morte de sua filha pôde lhe garantir a permanência no emprego e no estilo de vida que construiu ao longo dos anos para ele e sua família. Na segunda, “Um Bando Santos”, um casal universitário rememora o aniversário de namoro em uma viagem especial para Nova York, até que um evento violentamente inesperado acontece. E, na terceira, “Medeia Redux”, uma mulher relata como foi seduzida por um professor em sua época da escola e como isso lhe rendeu uma série de consequências descomunais até resultar na mais drástica entre todas.

Ainda segundo o diretor, a montagem dialoga com questões que se mostram urgentes e severas para o nosso contexto atual no Brasil e no mundo, como a violência de gênero, a ascensão do conservadorismo no espectro político e a manutenção dos privilégios da branquitude. “A grandeza dessa obra de LaBute se dá pelos múltiplos aspectos que ela faz emergir, objetivos e subjetivos. Questões que continuam ruminando e efervescendo interna e externamente, no individual e no coletivo”, acrescenta.

Já a cenografia “ou falta dela”, como brinca o encenador, está presente apenas para dar suporte a essa base. “Um espaço que ajuda a sustentar e a dar foco, igual a uma galeria de arte ou um estúdio fotográfico. Que tudo conflui para o objeto em destaque, mesmo no vazio. Algumas obras do Peter Welz (Alemanha), suas instalações fotográficas, serviram como referência para construir essa atmosfera”, antecipa.

Um pouquinho sobre Neil Labute

Premiado dramaturgo, cineasta e roteirista norte-americano. Suas peças incluem Bash, The Shape of Things, The Distance From Here, The Mercy Seat, Fat Pig (Oliver Award indicado em Melhor Comédia), Some Girl(s), Reasons To Be Pretty (Tony Award indicado como Melhor peça), In A Forest, Dark and Deep, uma nova adaptação de Senhorita Julia e Reasons To Be Happy. Ele também é autor de Seconds of Pleasure, uma coleção de contos, e recebeu em 2013 o Prêmio de Literatura da Academia Americana de Artes e Letras.

O trabalho de Neil LaBute no cinema e na televisão inclui In the Company of Men (Prêmio do Círculo de Críticos de Nova York de Melhor Primeiro Filme e Troféu do Cineasta no Festival de Cinema de Sundance), Seus Amigos, Seus Vizinhos, Enfermeira Betty, Possessão, A Forma das Coisas, Lakeview Terrace, Morte no Funeral, Some Velvet Morning, Dez Por Dez, Encontro Selvagem (Dirty Weekend), Full Circle, Billy & Billie, e o recente, House of Darkness.

Sinopse

Composta por três cenas, Bash é um mosaico daquilo que é mais abafado e reprimido dentro de nós e que explode à superfície de maneira furiosa. Um homem conta como a morte da sua filha pôde lhe garantir a permanência no emprego. Um casal universitário rememora o aniversário de namoro em uma viagem especial até que um evento violentamente inesperado acontece. E uma mulher relata como foi seduzida pelo seu professor na época da escola e como isso lhe rendeu uma série de consequências descomunais até resultar na mais drástica entre todas.

Bash, de Neil LaBute
Temporada: 13 de abril a 12 de maio
Aos sábados e aos domingos, às 19h
Teatro Elevador – Rua Treze de Maio, 222, Bela Vista
Ingressos: R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia-entrada)
Vendas online em Sympla
https://www.sympla.com.br/evento/bash-de-neil-labute/2389288
Bilheteria: Abre 1 hora antes
Classificação: 16 anos
Duração: 170 minutos (com 1 intervalo de 10min)
Capacidade: 45 lugares
Acessibilidade: Sem acessibilidade

Ficha Técnica
Texto: Neil LaBute
Direção: Fernando Vilela
Com: Filipe Augusto, Júlia Caterina, Fernando Vilela, Malú Lomando
Luz: Ariel Rodrigues
Preparação Vocal: Malú Lomando
Direção de Arte: Fernando Vilela
Foto: Sarah Ferreira
Assistente de Foto: Jefferson Ferreira
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Realização: Fresta




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